terça-feira, 28 de julho de 2015

Livro, De Olhos Fechados: Capitulo II

_________________________________________________________CAPÍTULO II

Ele.

- Ainda bem que chegou. – gritou Barbara alegremente quando me viu entrar a sala – Saudades meu amor. – confessou se jogando em meus braços e me beijando com desejo.
- Estou cansado Barbara, a viagem foi exaustiva. – disse a empurrando – vou tomar um bom banho, José e Andrey estão vindo.
Olhar para ela só deixou-me mais tenso.
- Não vai descansar antes de voltar ao trabalho? Pode voltar para ele amanhã e hoje matar minhas saudades. – insistia ela me agarrando novamente.
- Agora os problemas estão com mais saudades de mim. – expliquei contrariado com suas insistências. – Mais tarde mato as suas – conclui saindo.
Ela não fez questão de esconder a raiva.
A água quente do chuveiro caindo no meu corpo tenso foi um alivio. Depois dos dias fora e do que iria enfrenar era o que precisava. Tinha uma verdadeira guerra para vencer e uma faxina para fazer. Com os últimos acontecimentos já não sabia quem estava ao meu lado e quem tinha se tornado inimigo, pisava em um campo minado, todo cuidado era pouco... No jogo que estava jogando, o premio era permanecer vivo.
- Como foi à viagem? – perguntou José sorrindo maliciosamente assim que entrei no escritório que ficava em minha casa.
- Conforme o esperado. – respondi me sentando. – Pelo que me falaram a situação aqui piorou muito nesses quatro dias que fiquei fora, vocês são inconsequentes, quase estragaram meus planos, tive que vir antes de concluir o que precisava... Felizmente deixei mais de meio caminho andado. – esbravejei pensativo enquanto dava um trago no meu charuto.
- Todos estão se matando por aqui. O pessoal de Brasília, do porto de Santos e alguns outros clientes não param de ligar para saber como vai ser agora que o Don Lorenzo faleceu, quem vai ficar no comando. – explicou Andrey - O que pretende fazer? Foi á Itália? – concluiu encostado no canto da parede com seu ar sóbrio de sempre.
- Apenas tive tempo para uma rápida reunião com Paolo e como imaginava nada mudou, nossos acordos continuam. Vamos seguir o combinado. – respondi – Já estava na frente de tudo antes mesmo do Lorenzo ficar doente, nada vai mudar, podem acalmar a todos. E no escritório como estão às coisas?
- Tudo tranquilo. – respondeu José.
- Bom. – disse me servindo Uísque e oferecendo a eles.
- Só temos um problema Enzo – avisou Andrey se aproximando – O Marcelo já está na cidade. E está falando para todos que você já era, que é carta fora do baralho e que ele está à frente de tudo. Está tentando fechar acordos às escuras. – despejou.
- A leitura do testamento do Lorenzo é hoje claro que não iria perder. E não me preocupo com as besteiras que ele fala, mas com o que meus clientes pensam. – expliquei pensativo.
- Ele sempre fez isto, não vão dar ouvidos a ele. – analisou José.
- Marquem uma reunião com os Russos. – ordenei me levantando – Vou ao escritório ver pessoalmente como estão às coisas por lá, encontro vocês mais tarde no lugar de sempre para a reunião, preciso ter certeza que ainda estão do meu lado neste jogo e assegura-los de que nada mudou. – conclui saindo.
Enquanto dirigia, sentia o sangue ferver em minhas veias, com todos os problemas que tinha acabei de ganhar mais um... Nos últimos dias havia me esquecido das artimanhas do Marcelo, ele não podia ficar e se ficasse seria uma pedra no meu caminho, infelizmente uma que não podia me livrar ainda. Precisava de mais tempo, precisava ter paciência e agir com cautela para colocar meus planos em prática sem qualquer risco, não poderia dar margens a suas mentiras e provocações.
Quando cheguei ao galpão sombrio e escondido onde aconteciam nossas reuniões de emergência, lembrei-me da primeira vez em que fui apresentado aos Russos e a sua bela família... Naquela noite tornei-me membro da Bratva, fechei acordos poderosos e ganhei muito dinheiro. Desta vez não foi diferente, eles e os Italianos estavam comigo, tudo estava correndo conforme minha vontade, como tinha planejado.
***
- Boa noite – cumprimentei chegando em casa e vendo Marcelo e sua corja bem a vontade em minha sala de estar.
Suas presenças fizeram minha pouca alegria desaparecer instantaneamente.
- Onde esteve o dia todo? – indagou Barbara seria.
Não pude deixar de notar o sorriso sarcástico de satisfação dele.
- Trabalhando. – respondi sem lhe olhar enquanto me sentava próximo a eles – Então Marcelo quais as novidades?
- Nós que lhe perguntamos Enzo, já que meu pai antes de morrer deu a você todos os poderes dele sem nos avisar. Imagine minha surpresa. – disse ainda sorrindo – Recebo a noticia da morte do meu pai e ainda uma dessas...
- Surpresa? Não imagino por que diz isto. Todos sabiam os planos do Lorenzo para nós, já estou no comando há anos, não entendo sua surpresa. – instiguei - Mas se estivesse aqui ao lado dele ao invés de passeando eternamente pela Europa, às vezes poderia ter mudado alguma coisa. – avisei vendo nervoso - Eu não pedi por isto, mas é claro que você sabe! – comentei.
Fritava-me com os olhos, ele nunca me aturou e o sentimento de desprezo era reciproco.
- Fui ao escritório hoje falar contigo, não estava. – indagou bastante tenso.
- Estava com clientes. – respondi me esparramando na poltrona e sorrindo - Estou extremamente triste por ter perdido sua viagem, mas tenho certeza que aproveitou bem o passeio.
- Claro. – respondeu com fogo nos olhos.
- Pretende ficar quantos dias desta vez? – perguntei ainda sorrindo.
Estava louco para que fosse embora.
- Não pretendo mais ir, está também é minha casa.  Afinal tenho que cuidar dos negócios da minha família pessoalmente. Conhece o ditado Enzo, ‘o olho do dono que engorda o gado’. – concluiu sorrindo.
Aquelas palavras me embrulharam o estômago. Com ele ali seria mais difícil executar meu plano.
- Estou muito feliz por ter meu irmão aqui, tanto que vou providenciar uma festa de boas vindas. – comentou Barbara sorrindo alegremente – Ele passou anos fora do país, precisamos comemorar.
- Acha prudente comemorações dias depois do falecimento do seu pai? – indaguei tenso, não havia nada a comemorar.
- Preciso de algo para me alegrar. – respondeu fechando o sorriso.
- Espere passar o período de luto, seu pai merece mais respeito. - ordenei – Depois faça o como quiser. - concordei contrariado, vendo-a balançar a cabeça em desapontamento.
- Vou voltar a trabalhar no escritório, espero que isto não o incomode. – comentou Marcelo me olhando fixamente.
- Claro que não. – respondi já com certo nível de irritação.
Queria aquele infeliz bem longe de mim, estava ansioso para a hora dele chegar.
- Senhor, está tudo pronto. – avisou José entrando na sala.
- Vamos à leitura do testamento, descobrir o que seu pai planejou para nós. O doutor Caprielli nos aguarda – levantei convidando todos ao escritório.
O testamento não foi surpresa para mim, sabia cada linha dele, mas para eles foi e muita. Herdei cinquenta por cento de todo patrimônio financeiro, ações, a presidência da empresa e claro o comando dos ‘outros’ negócios no Brasil, para desespero do Marcelo que ficava mais enfurecido a cada palavra. Mas com a condição de permanecer casado com sua filha e de que com o passar de um ano a presidência e a chefia da ‘rede’ passariam para o filho legítimo mais velho, como era o costume entre a família italiana a qual pertenciam, ou poderia ser dada a mim definitivamente por qualquer filho do Lorenzo Barbieri.
Não estava exatamente feliz com o testamento, mas o Lorenzo havia deixado brechas que poderia usar para conseguir o que queria.
- Contesto este testamento, meu pai não deveria estar em plena capacidade mental quando o fez. – afirmou Marcelo levantando-se exaltado.
- Seu pai estava completamente lucido quando fez este testamento. Foi feito no mesmo dia em que o Enzo se casou com a Barbara e assumiu o comando de todos os negócios, ele apenas acrescentou algumas coisas meses atrás, mas não mudou seu conteúdo. – explicou Caprielli calmo como sempre - Você não estava presente, mas todos nós aqui estávamos. Tem oito anos este testamento e não há o que contestar.
- Não aceito! – gritou Marcelo descontrolado - O comando de todos os negócios deve ser passado a mim imediatamente. Esta é a tradição em nossa família, meu tio Paolo nunca vai concordar com uma loucura dessas. Somente o sangue importa...
- O Paolo está a par de toda situação e do testamento – avisei interrompendo-o calmamente e servindo-me um uísque – Fui pessoalmente à Itália e ele já estava sabendo de tudo, seu pai lhe contou anos atrás, assim que ficou doente. – expliquei bebendo um gole generoso.
- Não posso acreditar que meu pai fez isto comigo. – esbravejou – Vou pessoalmente falar com meu tio.
- Seria uma ótima ideia Marcelo. – concordei sem lhe olhar, enquanto balançava o liquido em meu copo e sorria.
Estava tranquilo em relação a isto.
- Antes de morrer papai também me pediu para lhe falar sobre isto. Está era a vontade dele. – contou Barbara tentando consola-lo. – Será melhor assim, o Enzo já está no comando há muito tempo e...
- Não seja estupida. Este homem não tem nosso sangue. – gritou interrompendo a irmã e apontando-me o dedo – Ele não pode comandar nossos negócios, não tem esse direito, devemos respeitar nossas tradições.
- Marcelo, acalme-se. – pediu Caprielli tentando manter a situação sobre controle. Ele sempre fazia isto. – Se tem algo a questionar, deve procurar seu tio, mas o testamento será cumprido, tem total valor legal.
A cena era um deleite aos meus olhos.
- Bom acredito que estamos todos entendidos. – afirmei me levantando – Ficarei o fim de semana fora resolvendo alguns assuntos pendentes. – avisei serio.
Tinha algo muito mais prazeroso a fazer.
- Mas acabou de chegar da Suíça. – indagou Barbara também se levantando – Estamos de luto, será que não pode ficar em casa ao meu lado por um instante? – perguntou enfurecida.
- Preciso trabalhar o mundo não para, sabe muito bem disto. – respondi um tanto nervoso.
Nunca gostei de ficar naquela mansão.
- Mas precisar ir agora? Já é noite. – insistia.
- Preciso.
- Vou com você posso lhe ajudar, quero fazer parte de tudo. – avisou Marcelo.
- Dispenso sua ajuda, fique aqui onde será mais util. – declarei saindo do escritório e deixando-os sozinhos.
Queria ficar o mais longe possível deles e tinha planos bem mais interessantes para o fim de semana. Minha segurança e minha liberdade dependiam de cada passo que iria dar a partir de agora, tinha apenas um ano para isto.
Enquanto balançava a bebida quente em meu copo olhava pela janela contemplando a linda e brilhante cidade que ia se formando aos meus pés e planejava cada momento do fim de semana que me aguardava. Estava satisfeito com os últimos acontecimentos e com o rumo deles.
- Já está tudo organizado para reunião com o Governador? – perguntei a José assim que descemos do avião.
- Ele já está lhe aguardando no hotel. – avisou serio.
- Ótimo, será rápida.
Não estava muito animado para a reunião com políticos.
 - Vai procura à senhorita Vieira hoje? – perguntou assim que entramos no carro.
- Não, somente amanha pela manha. Verifique onde a encontro. – ordenei. – Depois da reunião pode voltar para São Paulo, não preciso de você aqui. E fique de olho em tudo por lá.
Sentado na sacada do quarto enquanto bebia um gole da bebida em minha mão, olhava o sol nascer e a cidade que ainda dormia despreocupada. Somente estava conseguindo pensar em meus problemas e em meu plano, não havia tempo para dormir muito menos para ficar despreocupado, precisava planejar cada passo com cautela, todo cuidado era pouco.
Em lembrar-me da reunião com o Governado não pode deixar de sorrir, mais um político para minha folha de pagamento...
- José eu não quero saber, arrume essa lambança. – gritei nervoso, atendendo ao celular assim que entrei no carro - Estou a poucas horas longe. Vocês podem sobreviver sem mim por uns dias. – meus olhos queimavam – Já descobriu onde a encontro? – perguntei agitado. – Sim, sei onde fica. Depois retorno sua ligação agora não estou podendo falar. – finalizei desligando o telefone.
Olhando fixamente para tela do celular senti um embrulho no estomago, minhas veias pulsavam, tinha que resolver isso o mais breve possível e me ver livre desse problema, não podia ter pontas soltas... Esta interrupção só iria complicar as coisas para mim, o prazo estava ficando curto e minha paciência também. Joguei o aparelho no banco do passageiro e acelerei o carro. Tinha que colocar meu plano em ação e seria naquele dia.
A cidade parecia mais linda do que me lembrava, havia estado ali apenas a trabalho e nunca tinha tempo para apreciar a paisagem. Mas a visão que foi se formando em minha frente era mais estonteante do que esperava ver. Manoela saindo da agua, seus cabelos molhados, seu corpo desenhado. Era melhor do que me lembrava...
- Gosta de esbarrar em mim garota. – disse chegando bem perto dela e encostando-me ao seu corpo molhado.
Já não estava conseguindo esconder que a desejava.
- Como? – virou-se rapidamente - O que...? – percebi que perdeu a voz quando me olhou.
- Tudo bem? – indaguei sorrindo.
- Claro. Eu só não esperava por você hoje. – confessou já sorrindo.
- Resolvi fazer uma surpresa. – disse passando a mão em seus cabelos – Espero que tenha sido uma boa surpresa.
- Sim. – afirmou mordendo os lábios e percebi o que ela queria, mas ainda não estava na hora.
- Eu já estou saindo... – avisou a garota parada ao seu lado.
- Oh meu Deus, desculpe. Elisa Ribeiro este é o Enzo... ela é minha melhor amiga. – apresentou um tanto constrangida pela demora.
- Olá tudo bem? – perguntei sendo simpático.
- Tudo. E cuide bem dela. – pediu enquanto se distanciava.
- Não sei quanto tempo faz que não pisava em uma praia. – comentei sentando na areia e olhando o mar a minha frente.
Recife era uma cidade realmente bela, mas nos últimos oito anos não me sobraram muito tempo para lazer.
- Isto é uma pena. – afirmou sentando-se ao meu lado. – Mas justifica a cor da sua pele. – brincou fazendo-me rir.
Passamos o resto da manha e boa parte da tarde na praia conversando. Almoçamos em um restaurante simples na orla e não resistir ao lindo mar e acabei acompanhando-a em um mergulho, sua companhia estava sendo deliciosa e todos os sentidos da palavra. Gostava de observa-la.
- Vamos para outro lugar? – perguntei olhando para ela com malícia.
- Claro, para onde quer ir? – perguntou me olhando curiosa.
- Vou deixa-la decidir.
- Para o meu apartamento. – respondeu se levantando e estendo-me a mão.
- Antes de irmos a qualquer lugar tem uma coisa que estou querendo fazer desde que cheguei...
Não perdi mais tempo. Puxei-a fortemente para junto de mim, apertei sua pele fria, molhada e macia contra meu corpo quente e a beijei. Um beijo gostoso, feroz... Era tudo o que ela queria e eu poderia faze-la minha ali mesmo na areia, não estava aguentando mais esperar, não estava acostumado a esperar.
Não nos soltamos, quando a porta do quarto se fechou já imaginava tudo que iria fazer com ela, estava pronto.
Os beijos e as caricias foram ficando mais urgentes e quentes...
- Clama. – pediu se afastando - Podemos ir mais devagar?  – indagou tensa – Quero te conhecer melhor primeiro. – confessou sentando-se na cama.
Aquelas palavras deixaram-me tenso.
- Como você preferir. – respondi sentando ao seu lado contrariado. – Então vai me apresentar Recife? – perguntei sorrindo para tentar esconder meu desapontamento e frustração, não era acostumado a este tipo de situação.
- Primeira vez na cidade?
- Já vim a trabalho, mas não a conheço bem, nunca tinha ido às praias. – confessei. – Alguma ideia do que fazer? Como aproveitar meu tempo?
- Claro. Tem uma festa hoje...
- Manoela. – a interrompi - Não sou muito de festas e já não estou mais na idade. – avisei bem contrariado.
Não era nada daquilo que queria e não podia ficar me expondo assim.
- É privada, serão pouquíssimas pessoas. E você nem é tão velho assim. – brincou.
- Melhor um jantar o que acha? – sugeri tentando mudar de assunto – o meu quarto tem uma vista linda do mar.
- Claro. – concordou um tanto contrariada.
- Se arrume o motorista vem lhe buscar as 22:00hrs. – avisei levantando, beijando levemente seus lábios e saindo antes que ela pudesse dizer algo.
Estava surpreso, não havia levado em consideração que ela era quase uma criança, que nossos mundos eram totalmente opostos, mas não iria desistir por estes motivos tão banais. Sabia ser o que era preciso, exatamente o que ela queria, um cavalheiro. Não pude deixar de sorrir em imaginar que este joguinho de sedução só estava tornando mais desejável ainda meu premio e que ela não tinha a menor ideia de com quem estava se metendo.
- Sim, Barbara. – disse atendendo ao telefone agitado – Não sei quando vou embora, não me amole mais, estou trabalhando. – continuei tentando desligar o telefone – Em Brasília com alguns deputados e senadores o de costume. Agora não posso falar - conclui desligando o aparelho.
Ela tinha o dom de deixar-me nervoso, mas voltei a ficar totalmente relaxando enquanto olhava fixamente para Manoela que estava entrando no quarto e vindo ao meu encontro.
 Ela estava linda.
- Boa noite senhorita. – cumprimente beijando-a carinhosamente enquanto afastava a cadeira para sentar-se.
- Que bom que está aqui. – disse rindo – Confesso que pensei que não o veria mais.
E normalmente não veria mesmo. Ela estava sendo a exceção.
- Irei vir sempre. – avisei sentando – O melhor champanhe - disse servindo-a – Vamos comemorar.
- Comemorar... – disse com ar de duvida.
- Sim ao nosso encontro. – expliquei sorrindo com malicia.
A cada hora que se passava eu imaginava mais ainda o modo como queria que a noite terminasse. Ela se manteve sorridente e serena o tempo todo, o assunto não acabava e para minha surpresa estava gostando de conversar com ela, sentia-me bem, até em certos momentos eu mesmo. Era como se pudesse confiar nela, contar-te cada segredo sujo e sórdido que possuía.
- Me fale de você. – indagou sorrindo – Falamos sobre tudo e principalmente sobre mim, sabe toda minha história e não sei quase nada a seu respeito além de que; mora em São Paulo, tem trinta e oito anos de idade, uma carreira de sucesso e que foi adotado aos dez anos de idade pelo Lorenzo Barbieri uma lenda do direito. Quero te conhecer melhor!
- Já me conhece mais do que a maioria das pessoas e não gosto muito de falar sobre minha vida – avisei, tentando mudar de assunto.
Ela era muito curiosa.
- Deve ter uma vida muito emocionante. – insistiu sorrindo.
- Acho a sua bem mais interessante.
- É cheio de mistérios, tem algo a esconder? – disse curiosa.
- O mistério aguça o desejo. – expliquei malicioso.
- Na internet quase não tem nada sobre você – confessou.
- Pesquisou sobre minha vida? – perguntei um tanto nervoso.
- Sim. E sobre sua vida pessoal não encontrei quase nada, apenas o que já sei e algumas fotos ao lado de lindas mulheres. – explicou ainda sorrindo – Mas, muita coisa sobre seu sucesso profissional e teorias sobre ter um pacto com o Diabo, ter uma sociedade secreta e ser um monstro cruel, essas coisas.
Não contive o riso, muito daquelas teorias eram verdades.
- Acreditou nelas? Pensa que sou um monstro? – indaguei levantando e indo a sua direção.
- Ainda não descobri. – respondeu sem tirar os olhos de mim.
Estendi a mão para que se levantasse e coloquei nossos corpos juntos, pude ver o fogo em seus olhos e a louca vontade de ser beijada. Então puxei seus cabelos para trás expondo seu pescoço e o beijei.
- Sei que quer ir devagar... – comecei a falar entre os beijos – Mas esta muito difícil de me controlar ao seu lado. – avisei interrompendo os beijos e olhando em seus olhos – Garota, você não faz ideia do estrago que está causando aqui em baixo. – conclui olhando para o volume em minha calça.
- Eu... – balbuciou também olhando.
- Você... – a interrompi.
Podia ver o desejo nela, era o momento certo.
Comecei a desabotoar a camisa devagar e quando a tirei vi a expressão em seu rosto de que estava gostando do que via. Puxei novamente seu corpo para junto do meu e beijei seus lábios com muita vontade, já não estava conseguindo me segurar. Com toda experiência e perspicácia que tinha não sabia explicar o porquê aquela garota estava me deixando louco por ela.
- Se quiser eu paro. – avisei soltando-a novamente, fiz aquilo somente para provoca-la.
- Tecnicamente já estamos no quinto encontro...
Não a deixei concluir o raciocínio, levantei seu corpo, ela cruzou as pernas em mim e a carreguei até a cama onde a deitei lentamente enquanto beijava seus lábios. Minhas mãos começaram a apertar fortemente sua pela macia e os beijos foram ficando mais urgentes...
- Não posso. – disse levantando e me afastando.
- O que? Por quê? – indagou confusa.
- Você quer ir devagar, não vou apresar as coisas. Não quero lhe magoar – confessei. – Você é quase uma criança...
- Não quero ir devagar... – desabafou levantando e se colocando a minha frente. – E não sou criança.
- Isto é perigoso, Manoela. – não estava mentindo.
- Não tenho medo. – disse passando as mãos em meu tórax.
Então se afastou um pouco e começou a tirar o vestido bem devagar.
Quase não acreditei no que meus olhos estavam vendo, ela realmente estava me enlouquecendo. Quando finalmente seu corpo ficou exposto não consegui mais aguentar rapidamente também tirei o restante de roupa que ainda cobria-me e a tomei em meus braços. Explorei cada canto do seu delicioso corpo, beijei cada centímetro e quando ela estava quase me implorando, completamente a minha mercê, a fiz minha... e novamente até nossos corpos estarem completamente exaustos e satisfeitos.
- Bom dia. – disse sentando na cama – Espero que tenha dormido bem.
- Sim, muito bem. – respondeu ainda sonolenta.
- Coma o dia vai ser muito cansativo. – avisei sorrindo com malicia e colocando a bandeja e café da manha na cama.
- Assim vou ficar muito má acostumada. – brincou sentando-se e cobrindo seu corpo nu com o lençol.
- Pode ficar. – conclui beijando seus lábios com carinho.
O dia passou rapidamente e foi muito gostoso ao seu lado, era leve e divertida, não estava sendo nenhum sacrifício. Levou-me para conhecer algumas das mais belas praias de Recife e eu a levei para passar à tarde de iate em alto mar. Não me lembrava da ultima vez que havia me divertido daquela forma.
- Espero que tenha gostado do seu dia. – comentei passando os dedos em seu cabelo.
Estava deitada com a cabeça em meu peito, seus cabelos longos e loiros esparramados pela cama, nossos corpos nus e exaustos.
- Foi maravilhoso. – confessou acariciando meu tórax, levantando a cabeça e beijando meus lábios com desejo.
O que foi interrompido pelo barulho do celular.
- Só um minuto. – avisei levantando e me afastando.
- Espero que seja importante, pois me interrompeu. – disse tenso – Indo para Brasília? Ela ficou louca? – indaguei incrédulo com as palavras de José – Avise o pessoal em Brasília e mande preparar o avião, irei resolver este problema. – conclui desligando o aparelho contrariado.
- Tudo bem? – perguntou assim que me aproximei novamente.
- Problemas no escritório. Preciso voltar com urgência, mas acredite estou indo contrariado. – confessei sabendo que era a verdade enquanto me arrumava rapidamente.
- Mas já é noite, volte amanha pela manha. – pediu sentando-se e vestindo suas roupas.
Ela estava linda.
- Sabe que em nosso ramo de atividade nunca temos horário para trabalhar.
- É uma pena. – disse se aproximando e beijando meus lábios com desejo – Vou sentir sua falta. Quando vou lhe ver novamente?
Estava fazendo um esforço enorme para ir embora, em Brasília apenas problemas me aguardavam.
- Assim que possível eu volto, prometo. – disse sabendo que era verdade. – Amanha, ligo para saber como está.
Beijei seus lábios com fervor.
- Vou esperar ansiosa. – confessou com tristeza no olhar.
- Agora preciso ir. Aproveite o hotel, o fim de semana foi pago adiantado. – sugeri – Nós vemos em breve. Se cuide garota. – conclui sorrindo e saindo um tanto desapontado.
Barbara sabia estragar minha felicidade como ninguém, sempre fazia isto, nunca me deu paz. Desde criança sempre andava atrás de mim e quando voltei da Itália não desgrudou mais.

Precisa chegar a Brasília o mais rápido possível.

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